🌊 E se a gente entrasse na Bienal de Veneza? (English and Italian below)
Como “estrangeiros” na Bienal de Veneza 2024 Estrangeiros em Todas as Partes (@labiennale), adentramos o espaço com nossa intervenção Banhista de Rios Urbanos. A performance também é uma estrangeira. Esta é a primeira Bienal com curadoria de alguém do Sul Global, o brasileiro Adriano Pedrosa (@adriadopedrosa), que trouxe uma forte perspectiva decolonial, ampliando vozes e fortalecendo lutas globais.
Vestindo “trajes de banho” como um macacão de saneamento e uma máscara de mergulho, nosso “banhista futurista” entrou na Bienal carregando as marcas históricas do colonialismo e do extrativismo que transformaram rios latino-americanos, como o Tietê, em cenários de exploração industrial. Inspirada por mergulhos reais em rios poluídos de São Paulo, essa intervenção expõe a urgência climática que inevitavelmente nos conecta.
Nossa intervenção dialogou com Aguacero, de Daniel Otero Torres (@danieloterotorres), uma obra que aborda a luta do povo Emberá por acesso à água potável ao longo do rio Atrato, na Colômbia. Essas narrativas se unem em uma denúncia contra a financeirização da natureza e a crise ambiental. Assim como Aguacero utiliza uma estrutura de palafitas para captar a água da chuva, Banhista de Rios Urbanos vislumbra um futuro “distópico”, questionando a normalização dos rios como depósitos de esgoto e rejeitos industriais.
🌍 De São Paulo a Veneza—qual é a conexão?
Esse elo entre as águas turvas dos países explorados e a vulnerabilidade de um centro histórico europeu, ameaçado pela elevação do nível do mar, revela os impactos universais das mudanças climáticas e o peso persistente da colonialidade nessas relações.
O banhista é um corpo deslocado no tempo, que carrega as cicatrizes de rios transformados em zonas de exploração enquanto nos projeta para um futuro comum de urgência climática.
📍 E também estamos na exposição “Onde Há Fumaça”, no Museu do Ipiranga @museudoipiranga
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🌊 What if we entered the Venice Biennale?
As "foreigners" at the 2024 Venice Biennale Foreigners Everywhere, we stepped into the space with our intervention Urban River Bather. The performance itself is also a foreigner. This is the first Biennale curated by someone from the Global South, the Brazilian Adriano Pedrosa, who brought a strong decolonial perspective, amplifying voices and strengthening global struggles.
Wearing “swimwear” like a sanitation jumpsuit and snorkel mask, our "futurist bather" entered the Biennale, carrying the historical scars of colonialism and extractivism that have turned Latin American rivers, such as the Tietê, into sites of industrial exploitation. Inspired by real immersions in São Paulo’s polluted rivers, this intervention exposes the climate urgency that inevitably connects us all.
Our intervention engaged in dialogue with Aguacero by Daniel Otero Torres (@danieloterotorres), a piece addressing the Emberá people’s fight for clean water along Colombia’s Atrato River. Together, these narratives denounce the financialization of nature and the environmental crisis. Just as Aguacero captures rainwater in a stilt structure, Urban River Bather envisions a “dystopian” future, questioning the normalization of rivers as dumping grounds for waste.
🌍 From São Paulo to Venice—what’s the connection?
This link between the murky waters of exploited countries and the vulnerability of a European historic center, threatened by rising sea levels, reveals the universal impact of climate change and the enduring weight of coloniality on these relationships.
The bather is a body displaced in time, carrying the scars of rivers turned into zones of exploitation while projecting us into a shared climate-urgent future.
📍 And we’re also at “Where There’s Smoke” at the Ipiranga Museum @museudoipiranga
📹 @jacopo_pergameno & @flaviobarollo
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